Relação homem x cão
Amigo não se compra!
Enquanto
os homens trocavam a vida nômade pela sedentária em virtude do
desenvolvimento da agricultura, começaram a se estabelecer em aldeias.
No seu entorno ficava acumulado o lixo que era, na verdade, uma rica
fonte de alimento para outros animais, entre eles os lobos, cujo
comportamento arredio não facilitava a sua alimentação com as sobras humanas,visto que fugiam assim que as pessoas se
aproximavam.
A evolução fez com que novos indivíduos entre os lobos
nascessem desprovidos do medo dos humanos, levando-os a se alimentar
melhor, já que não precisavam mais fugir, tornando-os desse modo, mais
fortes e capazes de se reproduzir. Essa vantagem evolucionária dividiu a
espécie entre os selvagens e os que não temiam os homens e, pelo
contrário, tornaram-se seus dependentes para sobreviver.
A característica inocente,
inofensiva e brincalhona dos filhotes de muitas espécies de mamíferos,
incluindo os cães, fez com que ocorresse a aproximação entre as espécies
humana e canina que se adaptaram muito bem uma à outra, tornando-se
úteis mutuamente, como por exemplo na caça, onde o cão perseguia a presa
e a trazia para comer juntamente com seu novo parceiro, do mesmo modo
como faria se estivesse em sua matilha.
Com o surgimento da criação de
animais para alimento humano, os cães adquiriam nova função, o
pastoreio, cuja habilidade canina de cercar a caça tornou-se útil para
conduzir rebanhos.
Posteriormente a relação entre
homem e cachorro tomou novas dimensões, inclusive afetiva, levando as
pessoas a criar cães de companhia, não mais com um sentido utilitário,
afetando a maneira com que o animal evoluiu – porte menor, novas
fisionomias mais doces e infantis – sobre a qual o ser humano contribuiu
através de cruzamentos deliberados entre raças para conseguir novos
tipos genéticos. Daí começaram os problemas.
Manipulação genética
Em busca de
novas aparências para satisfazer o desejo de criadores a fim de
demonstrar seu status através de seus cães, cruzamentos inescrupulosos
são feitos entre indivíduos de raças diferentes, gerando diversos
distúrbios de origem genética como cegueira, surdez, paralisia dos
membros posteriores, morte súbita, desenvolvimento de câncer...
Distúrbios emocionais são comuns, incluindo comportamentos
autodestrutivos entre muitos cães de raça.
Segundo dados, um em cada quatro cachorros de raça apresenta algum problema genético sério. E como isso aconteceu?
A começar pelo modo de selecionar os indivíduos: animais que mantinham as características desejadas eram preservados, enquanto que os outros eram castrados ou sacrificados. Por exemplo, na raça dálmata não é desejado que o indivíduo tenha uma das suas manchas pretas características ao redor de um dos olhos, chamada de marcação monóculo. Caso ocorra, este cão será eliminado. E infelizmente, isso ocorre com certa freqüência...
A reprodução entre os animais é muitas vezes incestuosa, ou seja, cruzam mãe com filho, avô com neta, criando diversos defeitos genéticos e reforçando os já existentes. Resultado: 63% dos golden retrievers têm câncer, 47% dos são-bernardos sofrem problemas nos quadris e 80% dos collies ficam total ou parcialmente cegos, os boxers, em geral, apresentam quadros de epilepsia e os dálmatas sofrem de surdez sendo que grande parte já nasce surda. Existem mais de 500 doenças genéticas, que se espalham por praticamente todas as raças.
Por outro lado, os cães chamados “vira-latas”, são geneticamente saudáveis de modo geral, uma vez que a mistura genética é desejável para o fortalecimento do sistema imunológico de uma espécie.
Existe um lagarto chamado “New Mexico whiptail lizard” proveniente do Novo México nos EUA, cuja característica é que cada indivíduo é um verdadeiro clone do outro. Na espécie não existem machos e as fêmeas que se reproduzem de maneira muito curiosa dando à luz filhas geneticamente idênticas. Sem considerar outros fatos e curiosidades, esses lagartos, melhor dizendo, “lagartas”, correm sério risco de extinção, uma vez que basta uma doença infecciosa afetar um animal e certamente todos serão contagiados, tendo em vista que não há a possibilidade de existir um só indivíduo que possa ter desenvolvido resistência ao agente patogênico.
A começar pelo modo de selecionar os indivíduos: animais que mantinham as características desejadas eram preservados, enquanto que os outros eram castrados ou sacrificados. Por exemplo, na raça dálmata não é desejado que o indivíduo tenha uma das suas manchas pretas características ao redor de um dos olhos, chamada de marcação monóculo. Caso ocorra, este cão será eliminado. E infelizmente, isso ocorre com certa freqüência...
A reprodução entre os animais é muitas vezes incestuosa, ou seja, cruzam mãe com filho, avô com neta, criando diversos defeitos genéticos e reforçando os já existentes. Resultado: 63% dos golden retrievers têm câncer, 47% dos são-bernardos sofrem problemas nos quadris e 80% dos collies ficam total ou parcialmente cegos, os boxers, em geral, apresentam quadros de epilepsia e os dálmatas sofrem de surdez sendo que grande parte já nasce surda. Existem mais de 500 doenças genéticas, que se espalham por praticamente todas as raças.
Por outro lado, os cães chamados “vira-latas”, são geneticamente saudáveis de modo geral, uma vez que a mistura genética é desejável para o fortalecimento do sistema imunológico de uma espécie.
Existe um lagarto chamado “New Mexico whiptail lizard” proveniente do Novo México nos EUA, cuja característica é que cada indivíduo é um verdadeiro clone do outro. Na espécie não existem machos e as fêmeas que se reproduzem de maneira muito curiosa dando à luz filhas geneticamente idênticas. Sem considerar outros fatos e curiosidades, esses lagartos, melhor dizendo, “lagartas”, correm sério risco de extinção, uma vez que basta uma doença infecciosa afetar um animal e certamente todos serão contagiados, tendo em vista que não há a possibilidade de existir um só indivíduo que possa ter desenvolvido resistência ao agente patogênico.
Essa é a importância da mistura
de genes. “Determinadas raças caninas correm sérios riscos. Se não forem
misturadas, poderão caminhar para a extinção", afirma o biólogo Ray
Coppinger, da Universidade Hampshire, nos EUA.
Confira abaixo algumas alterações geneticamente produzidas e seus efeitos colaterais:
Confira abaixo algumas alterações geneticamente produzidas e seus efeitos colaterais:
![](http://www.upuniversosparalelos.com.br/1206upanimal1.jpg)
Buldog
Efeitos colaterais:
- Desgaste prematuro das articulações.
- Buraco no coração – pode levar à morte.
- Estreitamento das vias aéreas.
- 32,9% dos animais podem ter dificuldade para andar.
Efeitos colaterais:
- Desgaste prematuro das articulações.
- Buraco no coração – pode levar à morte.
- Estreitamento das vias aéreas.
- 32,9% dos animais podem ter dificuldade para andar.
![](http://www.upuniversosparalelos.com.br/1206upanimal2.jpg)
Bull Terrier
Efeitos colaterais:
- Infecção potencialmente letal da pele.
- Perda da audição nos primeiros meses de vida.
- Inflamação crônica dos rins.
- 25% dos indivíduos carregam falhas no DNA
Efeitos colaterais:
- Infecção potencialmente letal da pele.
- Perda da audição nos primeiros meses de vida.
- Inflamação crônica dos rins.
- 25% dos indivíduos carregam falhas no DNA
![](http://www.upuniversosparalelos.com.br/1206upanimal3.jpg)
Bassê Hound
Efeitos colaterais:
- Trombopatia: problemas na circulação sanguínea.
- Doença auto-imune da tireóide.
- Flutuações de peso e humor.
Efeitos colaterais:
- Trombopatia: problemas na circulação sanguínea.
- Doença auto-imune da tireóide.
- Flutuações de peso e humor.
![](http://www.upuniversosparalelos.com.br/1206upanimal4.jpg)
Daschshund
Efeitos colaterais:
- Catarata e atrofia do nervo ótico.
- Hérnia de disco.
- Fraqueza ou paralisia dos membros.
- Superpigmentação da pele com queda de pelos.
- 75,9% de risco de desenvolver problemas na coluna.
Efeitos colaterais:
- Catarata e atrofia do nervo ótico.
- Hérnia de disco.
- Fraqueza ou paralisia dos membros.
- Superpigmentação da pele com queda de pelos.
- 75,9% de risco de desenvolver problemas na coluna.
![](http://www.upuniversosparalelos.com.br/1206upanimal5.jpg)
Pug
Efeitos colaterais:
- Inflamação no cérebro que provoca alterações de humor e convulsões
- Risco de cegueira
- Dificuldade para respirar.
Efeitos colaterais:
- Inflamação no cérebro que provoca alterações de humor e convulsões
- Risco de cegueira
- Dificuldade para respirar.
Visto
isso, entendemos que não é justo contribuirmos para que nossos melhores
amigos sejam submetidos a tantos sofrimentos desnecessários. E tudo
isso para que algumas poucas pessoas possam lucrar a partir de
sofrimentos atrozes a que submetem os animais. Um pug pode custar até R$
2.000,00. E para quê? Para sofrer de falta de ar ou pior, de epilepsia a
vida inteira? Lembre-se que cães pequenos vivem mais que os maiores.
Enquanto cães do porte dos pastores alemães vivem em média de 10 a 12
anos, cães de porte médio e pequeno podem viver mais de 15 anos. No caso
dessas raças manipuladas geneticamente, com sorte alcançarão 10 anos de
uma vida de sofrimentos (falta de ar, convulsões, problemas de coluna,
cegueira, etc) se não morrerem antes de câncer ou alguma outra doença
oriunda dos cruzamentos entre mães/pais e filhos.
Portanto, se você quer que o
abuso de pessoas inescrupulosas acabe e que prevaleçam amigos saudáveis
entre nossos peludos, não compre animais, adote-os!
Amigo não se compra, se adota e conquista!
Revista Superinteressante, março de 2009.
De: UP Animal